Frida Kahlo

Meu nome é Magdalena Carmen Frida Khalo y Calderon, sou mais conhecida como Frida Kahlo. Nasci em 1907 na cidade de Coyoacán no México na “Casa Azul” muito visitada até hoje e tem o nome de “Museu Frida Kahlo”.Tive uma vida intensa e engajada. Aos seis anos contrai poliomelite que  deixou uma lesão no meu pé direito, um apelido de infância “Frida perna de pau” e me levou a usar calças e depois longas saias. Comecei a pintar cedo, mas como passatempo. Aos 18 anos sofri um grave acidente quando o bonde em que viajava colidiu com um trem. Tive múltiplas fraturas. Uma barra de ferro atravessou meu corpo entrando pela bacia e saindo pela vagina. Esse acidente me deixou de cama por muito tempo e com grandes dificuldades de mobilidade.Nesse período me dediquei à pintura utilizando uma caixa de tintas que pertencia ao meu pai e um cavalete adaptado à cama. Minha mãe pendurou um espelho em cima da minha cama e comecei a retratar minha própria pessoa. Pinto minha própria figura porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.

Três anos depois me filiei ao Partido Comunista mexicano e conheci o homem que iria se tornar o meu marido, um grande influenciador do meu trabalho e o meu segundo acidente trágico: Diego Rivera. Viajamos muito e moramos nos Estados Unidos por um período. Sempre explorei as cores nas minhas obras, muitos me julgaram  uma pintora surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.

Meu casamento com Diego foi muito tumultuado, marcado por casos extraconjugais. Nos dois tínhamos temperamento forte. Quando me separei de Diego, foi uma separação muito dolorosa, pois descobri que ele mantinha um relacionamento com minha irmã Cristina, que sempre tive uma relação doentia de inveja. Tive um caso com o revolucionário Leon Trotski que passou um período hospedado na minha casa. Fui interrogada e presa depois do assassinato do revolucionário. Tive gangrena na cadeia e fui obrigada a amputar os dedos dos pés.

Em 1940 eu e Diego nos unimos novamente, nunca conseguimos lidar direito com a nossa separação. Diego sempre aceitou meus casos extraconjugais com mulheres, mas nunca com homens. Uma das minhas maiores dores é nunca ter tido filhos, apesar de ter engravidado mais de uma vez. As seqüelas do acidente que sofri não me deixavam levar a gestação até o fim. Tive uma perna amputada e fui viciada em morfina, mas Diego esteve sempre ao meu lado, mesmo com suas amantes.

Esses anos foram muito produtivos na minha carreira. Tive a primeira exposição das minhas obras no meu próprio país. Na abertura da exposição Diego falou que eu era “o maior acontecimento da sua vida”. Como sempre fui muito intensa tentei o suicídio algumas vezes com facas e martelos, mas o que me matou foi uma pneumonia que contrai. Quando percebi que estava próxima da morte chamei meu “Panzón” era assim que chamava Diego e ele me chamava de “Friducha” e o presenteei com um anel pelos nossos 25 anos de casados, entre idas e vindas. Diego não entendeu, pois faltavam  duas semanas para comemorarmos nossa “Boda de Prata”. Faleci nessa mesma noite no dia 13 de julho de 1954. Muitos acham que morri de overdose ou envenenada por uma das amantes de Diego, mas em meu atestado de óbito está registrado “embolia pulmonar”. Minha última frase foi: Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar.

Frida Kahlo

(Escrito por Gaby de Saboya)

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